[Comunicado Importante: Excepcionalmente neste post, por motivo de força maior, o Player de Sunao não poderá postar. Desta forma, a Player de Lygia, à qual a personagem estava em ação conjunta com Sunao no post passado o incluiu em sua ação. Assim sendo, farei o post considerando como se Sunao já tivesse postado. Obrigado pela atenção].
O grande dia finalmente chegara e os cavaleiros estavam se encaminhando para a tão esperada reunião.
De todas as partes do mundo, de todos os cantos, dos campos, cidades, vilas e montanhas. Athena os chamou e os seus cavaleiros a atenderam. Foram diversos dias de caminhada para alguns, algumas horas para outros. Foram viagens longas e excitantes para alguns, curtas caminhadas para outros. Alguns chegaram em cima da hora, outros já estavam ali há muito tempo. Mas todos tinham se reunido com um único propósito: A reunião Extraordinária do Grande Mestre do Santuário. E aquela era a maior procissão sagrada que já tinha acontecido.
Pela primeira vez na história, excetuando talvez pela sua primeira vinda a este plano, as armaduras de Athena tinham sido todas convocadas ao mesmo tempo. E a Deusa regia aproximadamente 88 constelações, sendo distribuídas entre Ouro, Prata e Bronze.
Mas não eram somente os cavaleiros sagrados que atendiam ao chamado da deusa. Ainda ali havia inúmeros Steel Saints e muitos soldados de infantaria, formando um exército gigantesco com etnias e culturas múltiplas e variadas. E eram estes mesmos homens e mulheres que marchavam em direção à plataforma principal, ao grande pilar no centro de Rodorio.
A cerca de vinte metros acima das construções da vila na dimensão paralela, acessíveis por escadas circulares, existiam as já citadas passarelas, sustentadas por colunas de gigantescas nas quais as escadas estavam. Ali em cima ficavam em repouso as estruturas que pareciam dirigíveis, com um longo espaço para passageiros dentro deles. Estes eram estranhas máquinas voadoras, pois não havia balões nos mesmos ou qualquer outra semelhança com um dirigível que não o formato alongado. Eram veículos ovais, com diversos assentos laterais organizados em grupos de cinco em um grande corredor central como em um avião genérico, além de uma complexa estrutura onde provavelmente deveria haver um motor em algum lugar. Acima das cabeças dos passageiros o teto era abobadado e as laterais tinham barras paralelas pequenas de cinco em cinco metros, emulando uma escada de serviço. O motorista também não era visível, devendo ficar em um ponto da complicada estrutura que logo os levaria.
Ali nos hangares, aproximadamente 3000 pessoas estavam reunidas, talvez um número muito maior considerando que havia pessoas que já estavam ali a muito mais tempo do que os cavaleiros chegados apenas nos dias estipulados na carta recebida.
Todos os cavaleiros ali presentes começaram a embarcar nos veículos, ocupando seus lugares por ordem de chegada. Não havia um guia ou alguém que lhes dissesse o que fazer ou onde ir, os Cavaleiros apenas entravam e ocupavam seus assentos, como se tivessem feito isso sua vida inteira.
Quando começaram a levitar e subir em direção ao Santuário, alguns cavaleiros estavam nervosos, outros excitados, outros ainda pensativos, mas todos com o pensamento e o foco na reunião. Mas uma coisa foi notada pelos mais atentos: Os dourados não estavam nos balões.
Não se sabe quem foi o primeiro a notar. E nem quem se manifestou primeiro. Mas de repente, todos ouviram um brado:
- Olhem!
A torre central que ficava exatamente na encruzilhada dos dois ancoradouros estava brilhando. O brilho vinha de seu topo, onde gravadas no terraço existiam diversas marcações correspondentes ao zodíaco. O brilho começara em um azulado leve, até que de repente um signo apareceu maior que os outros:
E então, um enorme e fulgurante raio dourado cruzou os céus, passando rente aos dirigíveis. O cometa de energia subiu em direção ao Santuário velozmente e lá sumiu, mas antes que todos pudessem procura-lo, o brilho voltou no signo seguinte e mais um raio foi vislumbrado. Foi assim com todos os signos, até o último.
Após o último signo e o último raio, a torre se apagou e a viagem continuou. O espetáculo fora impressionante. Os mais sensíveis sentiram como ondas de poder vibrando as aeronaves, cada qual com sua característica única. Quentes como o sol, brilhantes como as estrelas, velozes como cometas. Os cavaleiros tinham presenciado a chegada dos Santos Dourados ao Santuário. Somente aquilo já era uma memória grandiosa o bastante, mas ela seria a primeira do dia, disto todos tinham certeza.
A aeronave fez uma curva elíptica ascendente para contornar a forma cilíndrica do Santuário e achar sua pista. As estátuas agora eram mais claramente visíveis. Seus contornos magníficos, suas formas gregas e sua imobilidade pétrea, mas com brilho vivo sustentavam a grande edificação voadora.
Era possível ver que a forma cilíndrica do Santuário que era vista lá debaixo era na verdade a de dois cilindros sobrepostos, no qual o mais largo abrigava uma área de treino e uma grande arena. O mais estreito, porém o mais longo era o Santuário propriamente dito. As casas subiam e circulavam o templo, tornando a paisagem belíssima com o sol resplandecente ao fundo. A aeronave então flutuou e iniciou uma lenta descida e se aproximou, afinal, do ancoradouro metro por metro, até enfim atracar.
Uma vez na área do Santuário, as pistas ligadas aos ancoradouros conduziam a uma grande área circular cercada por degraus e colunas, a céu aberto. Ali, já havia uma grande concentração de soldados e mais e mais chegavam. Além disto, a mesma arena podia ser vista agora de perto, pelo lado leste do ancoradouro ao qual esta aeronave tinha pousado. Do outro lado, o lado oeste, existia um jardim, cheio de belas flores brancas e com um aroma muito agradável.
Ali, os cavaleiros viram que todos aguardavam em um lugar chamado de Ágora. Uma grande praça, com espaços para centenas de pessoas, exatamente de frente para uma grande casa com colunas gigantes, um telhado alto de pedra e o chão feito em granito frio, com uma grande fonte d’água límpida à sua frente. O Ágora era o último terreno livre do Santuário, antes das famosas Doze Casas.
Ali estavam todos reunidos, todos trajando suas armaduras. Mesmo aqueles que não o tinham feito viram o olhar de reprovação dos demais e decidiram fazê-lo. Afinal de contas, era uma afronta se apresentar ao Grande Mestre sem seu traje de batalha. Era uma atmosfera tensa e apreensiva, pois todos queriam saber o que estava acontecendo. Alguns buscaram visibilidade, mas o Ágora era construído de modo que todos tivessem a mesma visão do centro, sem cantos vivos ou esquinas. Além do mais, praticamente todas as colunas já abrigavam pessoas recostadas, muito embora alguns ainda buscassem visibilidade avançando. Esse burburinho continuou por alguns instantes, até que de repente, numa súbita lufada de vento, a atenção de todos foi chamada para a parte que tangenciava o Santuário da praça.
Ali era a entrada para os portões da primeira casa, a Casa de Áries, onde a Guardiã de Áries protegia a Deusa. Os portões de ouro com o símbolo de Áries guardavam uma trilha, sendo possível divisar um templo similar em construção e formato ao descrito acima ao final dela. As demais casas eram visíveis à distância, bem os as mesmas pistas sustentadas por estátuas, seguindo o rastro e formando um círculo em volta do edifício que se elevava acima de quem entrava. E por algum motivo, o símbolo com o signo ♈ brilhava dourado. O símbolo pulsava até atrair a atenção de todos os cavaleiros e soldados ali presentes e então, seu brilho se manteve uniforme. Com a respiração suspensa, a grande maioria dos presentes aguardava e então, após um leve estalido, os portões da casa de Áries se abriram. Logo em seguida, uma série de passos começou a ecoar.
E pelos degraus, desceram doze figuras impressionantes. Seus corpos eram cobertos por armaduras reluzentes, douradas e que protegiam completamente seus corpos. À frente deles, um indivíduo com uma armadura dourada, esta com chifres que lhe abarcavam o pescoço, andava com segurança, abrindo caminho. Um elmo lhe cobria completamente o rosto, sem revelar sua identidade. Seu traje não lhe parecia pesado, pois ele se movia com firmeza e de forma delicada, sem parecer carregar o peso daquela grande indumentária. Alguns dos ali presentes, principalmente os prateados que se reuniram no dia anterior, sabiam que as armaduras sagradas não pesavam, mas ver uma versão bem mais protegida de suas próprias indumentárias os fazia duvidar por um curto momento deste fato. Era o Santo de Áries.
Assim que o guardião passou pelos portões, ele caminhou até cerca de dez metros à frente de sua casa e ali parou, perfilando-se exibindo sua esquerda em relação a todos que o observavam.
E então, atrás de Áries, vinha outro, este muito maior que ele. Essa armadura também tinha chifres, mas desta vez na cabeça do guardião. Como seu companheiro, o rosto era coberto e sua armadura não deixava frestas. Como o primeiro, ele caminhou até dez metros da casa e se perfilou também, mas de frente para seu companheiro e exibindo sua direita em relação os observadores. Este era o Santo de Touro.
Após este, um terceiro individuo surgiu, usando um elmo que possuía uma face dividida ao meio, sendo que o metal de um dos lados era enegrecido. O resto da armadura seguia o mesmo padrão. Ele se perfilou ao lado de Áries, ficando com seu rosto voltado em direção à Touro. Era o Santo de Gêmeos.
Logo em seguida, assim que Gêmeos terminou de se perfilar, mais um dos Santos desceu a escada. Este tinha uma armadura repleta de pinças e seu rosto era coberto por um elmo que lembrava um caranguejo visto superiormente. Ele caminhou até o lado de Touro e ficou de frente para Gêmeos, aguardando. Era o Santo de Câncer.
E após este, os demais foram descendo. O Santo de Leão, se perfilou ao lado de Gêmeos. Ele era mais baixo que os demais Santos e seu rosto coberto com a face de um leão urrando. Em seguida, o Santo de Virgem se perfilou diante do Santo de Leão, ao lado do Santo de Câncer. Sua face era oculta por um elmo que tinha a fronte lisa, sem detalhes ou adereços, excetuando duas pequenas asas laterais.
O Santo de Libra desceu, se perfilando ao lado do Santo de Leão. Ao contrário do simpático velhinho que tinha sido visto no almoço da tarde passada, o que era visto agora era um guerreiro de armadura dourada, esta repleta de armas brancas presas ao seu corpo. As laterais de seu elmo tinham pequenas escamas, e a parte superior lembrava ironicamente os bigodes de um Dragão. O rosto era encoberto por uma máscara lisa, sem expressão, simulando um rosto com os olhos vendados.
O Santo de Escorpião, que tinha sido o motivo da contenda tinha descido e se juntado ao perfil, ficando a direita do Santo de Virgem. Sua armadura e elmo, assim como os demais, não mostravam sua natureza.
O Santo de Sagitário desceu logo após, ficando ao lado do Santo de Libra. Ele era impressionante com suas asas douradas gigantes, portando seu arco. Seu elmo, fechado, mostrava uma face parcialmente equina com pequenas asas nas laterais da cabeça. Ele se perfilou e aguardou.
O Santo de Capricórnio se juntou ao perfil, ficando ao lado do Santo de Escorpião. Logo em seguida a se juntar, ele foi um dos poucos que moveu sua cabeça ligeiramente, como que a verificar alguma coisa. Mas qualquer que tenha sido a verificação, não tirou nenhuma outra reação do Santo.
E então, o Santo de Aquário se junto a eles, ficando ao lado do Santo de Sagitário. Ele parecia quase apagado pelas asas do aliado, mas não pareceu se incomodar. Seu elmo não era todo fechado, cobria apenas sua boca e nariz, mas seus olhos não eram visíveis da posição que ele ocupava.
Por fim, O Santo de Peixes, trajando uma armadura com motivos de escamas e uma máscara de mulher com uma expressão pétrea se juntou aos demais, ocupando o último lugar, ao lado do Santo de Capricórnio. Assim que ele chegou, os Santos alinhados deram três passos para trás de si mesmos, recuando e abrindo o caminho da escadaria das Doze Casas. E então, houve o silêncio.
Após segundos que pareceram uma eternidade, passos ecoaram nas escadarias novamente desta vez solitários. Uma nova figura impressionante desceu pelos degraus, mas ela não trajava uma armadura. Pelo menos, não completamente.
Esta figura usava um longo manto branco, com joias douradas pendendo de seu pescoço. Suas mãos eram invisíveis embaixo do casaco, tal e qual suas pernas. Seu rosto, encoberto por um elmo dourado e uma máscara cor de ferro, que não mostravam expressão.
Ele caminhou até chegar entre os Doze dourados, parando entre Aquário e Peixes e se voltou então para todos que o olhavam perplexos.
Os Cavaleiros viam agora o Grande Mestre do Santuário, ali no Ágora.
O homem ficou ali durante alguns segundos. E então, tomou uma atitude que chocou alguns dos presentes: Com um gesto de mão, ele segurou seu elmo e sua máscara e retirou-os, segurando-os à lateral do corpo. Mesmo antes de ser possível ver o rosto do Grande Mestre, era possível notar que suas mãos eram idosas, porém firmes e resistentes. Ele então se livrou do elmo e erguendo a cabeça, olhou novamente para todos ali presentes.
Um burburinho se iniciou. Todos estavam confusos. O Grande Mestre não descia do Salão Principal para ter com os cavaleiros e muito menos exibia seu rosto. Era uma tradição de séculos que estava sendo quebrada naquele momento, era um momento solene e ninguém sabia como reagir.
Sem se alterar, o Grande Mestre ergueu sua mão, pedindo para que todos se acalmassem, ainda sem dizer nenhuma palavra.
Seu olhar severo, agora à mostra sem o elmo, corria de cavaleiro a cavaleiro, de soldado a soldado. Ele os olhava com calma, mas como se pudesse ler exatamente o que cada um deles pensava ou sentia. Seu olhar pousou em cada um dos presentes daquela Reunião Sagrada. Quando se deu por satisfeito, o homem então mudou sua postura e disse:
- Sejam todos bem vindos à Reunião Extraordinária do Santuário. Eu sou Algol Kamina, o Grande Mestre do Santuário e serei também seu Mestre de Cerimônias. Peço por gentileza, no intuito de facilitarmos a recepção de informações, que se organizem conforme suas castas. Cavaleiros de Prata alinhem-se à minha frente em fileiras de oito, Cavaleiros de Bronze, formem uma segunda fileira no mesmo padrão e os demais Santos façam linhas seguindo essa logística.
Sua voz era firme e límpida, clara, mas não agressiva. Se um lago tivesse uma voz, provavelmente seria aquela. Seu rosto não mostrava impaciência também, mesmo depois de dar a ordem. Após aguardar que todos se movessem, Algol, O Grande Mestre prosseguiu:
- Creio que todos estão preocupados com a convocação e com o assunto que vamos tratar, mas peço para que mantenham a calma. Não há motivo para alarme, pelo menos não por hora. Hoje é um dia importante, para todos nós. O que vocês estão prestes a presenciar nunca foi visto antes em toda a história de nosso Santuário.
Enquanto fala, Algol ia caminhando em direção aos Cavaleiros, pelo meio da fila formada pelos dourados. A cada vez que ele passava por eles, os dourados faziam uma curvatura muda e respeitosa, e iam abrindo seus elmos, exibindo seus rostos. Os cabelos louros com mechas róseas da agora revelada amazona de Peixes se mostraram, os cabelos longos e azulados do cavaleiro de Aquário apareceram, assim como seus óculos e sua expressão serena. A pele morena e os cachos da amazona de Capricórnio apareceram, assim como a fonte firme e confiante do Santo de Sagitário. Os longos cabelos ruivos e a face sedutora da amazona de Escorpião apareceram, bem como a face já conhecida para alguns ali do cavaleiro de libra. Longos cabelos louros e um semblante límpido apareceram por baixo do elmo do cavaleiro de Virgem, assim como cabelos arrepiados e olhos castanhos do cavaleiro de Leão. Uma pele pálida e cabelos claros do albino cavaleiro de Câncer. A face com um olho encoberto por uma franja escura do cavaleiro de Gêmeos se revelou, como também a barba espessa do cavaleiro de Touro. E por fim os cabelos cor de azeviche e os olhos violeta da amazona de Áries se mostraram, deixando os cavaleiros de ouro expostos aos olhares curiosos daqueles que não os conheciam.
Após a revelação das faces dos cavaleiros, Algol prosseguiu:
- Estes são Leila de Áries, Harold de Touro, Argos e Jasão de Gêmeos, Milquis de Câncer, Akihiko de Leão, Fá de Virgem, Shiryu de Libra, Milenna de Escorpião, Lumia de Sagitário, Rayane de Capricórnio, Uruha de Aquário e Elisa de Peixes, os guardiões das Doze Casas. A missão deles é estacionária, pois eles são a força de defesa da Deusa e não podem se deslocar do Santuário, mas estarão aqui para sanar as dúvidas que vocês tenham e lhes auxiliar em missões, com informações ou segurança de dados.
Os cavaleiros dourados se viraram todos aos mesmo tempo para os demais cavaleiros e os cumprimentaram com uma curvatura, voltando a posição original logo depois. Após a apresentação, Algol prosseguiu:
- Eu gostaria que soubessem que a própria Deusa pediu para que nós nos revelássemos para vocês, de forma a fortalecer nossos laços e nos tornar um exército unificado e ainda mais poderoso. Espero que esta intenção tenha se mostrado clara.
Algol suspirou e então prosseguiu:
- Há mais algo a acrescentar. Durante a decorrência da Reunião, alguns de vocês receberão mensagens que indicarão a quem devem procurar ao término. Eu gostaria agora que prestassem atenção no que está por vir.
O Grande Mestre se calou e se voltou para a entrada das Doze Casas. E então, lentamente pequenos passos ecoaram pelas escadas da Casa de Áries, muito mais suaves que os passos anteriores. Pela escadaria, desceu uma menina de longos cabelos purpúreos e olhos de um castanho avermelhado e belo. Seu semblante era calmo e controlado, seu olhar decidido. Ela caminhava com calma e segurança, se aproximando pouco a pouco dos dourados. Quando a moça se aproximou, os dourados curvaram profundamente suas cabeças, inclinando-as de forma a olharem para o chão. Ela suspirou enquanto caminhava e passou por cada um deles, aparecendo ao lado do Grande Mestre.
A moça se empertigou e então, finalmente disse:
– Bom dia, nobres guerreiros. Eu sou Agatha, a reencarnação da Deusa Athena desta Era.
Ela tinha um olhar e um semblante aparentemente inalteráveis. Apesar de falar livremente em um idioma qualquer, todas as tags dos cavaleiros conseguiam compreender suas palavras. Ela olhou para todos eles com seu olhar firme e então, prosseguiu:
– Eu nasci sobre a Estátua da Deusa do Santuário, aos pés de Athena para ser seu corpo nesta Era. Fui criada dentro dos limites do Santuário e desde que sou uma infante, eu sei que sou a reencarnação da Deusa.
Ela deu um passo para o lado contrário ao do Grande Mestre e prosseguiu:
– Então por que eu escolhi ter um nome, se eu sou a Reencarnação da Deusa? Por que não me chamar apenas Athena? Eu lhes digo o porquê.
Durante todas as minhas encarnações anteriores, eu fui deixada entre os humanos. A princípio, parecia ao ouvir as lendas, que meus servos não entendiam meus desígnios e por conta disto, sempre a minha encarnação anterior crescia entre os humanos. Mas na verdade, isto tem um propósito, nobres guerreiros. O propósito de me fazer relembrar porque protejo os humanos.
Por que mesmo sendo Deusa, eu reencarno como um deles. Como um de vocês. Todos vocês recebem um nome e uma vestimenta. Assim também deve ser comigo.
O nome Agatha é para me recordar de que sou humana e como tal, tenho responsabilidades com vocês. E com a Terra. Por que, pelo Olimpo meus caros guerreiros, é fácil esquecer e se deixar dominar pela soberba com as minhas capacidades.
Agatha parou de falar e então, fechou seus olhos brevemente. Quando os abriu novamente, algo estava diferente. Era como se o ar tivesse ficado mais pastoso, como se o chão tivesse ficado mais macio.
– Eu liberei as armaduras desta geração para que vocês as encontrassem no plano terreno. E tenho certeza de que cada um de vocês é igualmente digno de cada uma delas. Eu devo explicar agora a razão primordial pela qual vocês foram convocados. Peço que não se descontrolem, por gentileza.
Foi como se o mundo tivesse explodido. O céu fez um estampido e a noção de gravidade, peso, distância, espaço e tempo de todos foi distorcida. Não existia antes e agora, não existia lá e aqui, não existia cima e embaixo, simplesmente tudo ERA. Aquele cosmo avassalador varria tudo e a tudo tomava, tocando por dentro e por fora. O local inteiro ondulou e se tornou diáfano. O local se tornou escuro como o éter, mas com os brilhos das estrelas forte e profundo. Era como tocar o chão e flutuar, era como boiar e afundar ao mesmo tempo, era como dormir acordado.
E neste momento incrível, Agatha ergueu sua mão para o alto. E eis que tudo novamente brilhou e por um instante que menor que um segundo, a dimensão onde estavam e o Ágora pareceram se sobrepor. Mas no instante seguinte, Agatha estava transfigurada. Uma majestosa égide aparecera sobre ela, juntamente com um elmo. Em uma das mãos, uma lança, na outra, um reluzente escudo.
Ela então se voltou aos seus soldados e bradou com uma voz que fez aquele lugar todo estremecer. Uma voz ancestral, misturando grego antigo e sua voz original, sendo ouvida de forma dupla:
- Είμαι η Αθηνά και αυτό είναι το πεδίο σύμπαν μου!
Eu sou Athena e este é meu campo de cosmo!
O lugar estremecia a cada palavra dita pela Deusa. E ela prosseguia com seu discurso:
- Παλεύουμε για την υπεράσπιση της Γης για το χάος και αταξία!
Nós lutamos para defender a Terra do Caos e da Desordem!
Neste ponto, ela flutuou acima do solo e se mostrou a todos os guerreiros de forma igualitária:
- Επίσης, είναι δυνάμεις της φύσης και θα είναι πάντα εδώ!
Eles também são forças da natureza e sempre estarão por aqui!
A Deusa majestosa se deixou flutuar, ainda empunhando sua lança e a apontou para suas tropas, prosseguindo:
- Και αυτός είναι ο λόγος που προσλαμβάνονται κάθε έναν από εσάς! Υπόλοιπο Γη είναι σημαντική, γιατί είναι και εδώ είναι που υπάρχει σε πίστη και όλη η πηγή σύμπαν! Μπορούμε να επικοινωνούν μόνο με τον μακρόκοσμο γιατί είμαστε άνθρωποι! Κάθε άνθρωπος είναι σημαντικό να διατηρηθεί το μακρόκοσμο του σύμπαντος στο σύνολό της! Αυτό το πεδίο είναι όπου μπορείτε να συνδέσετε το σύμπαν τους με τον μακρόκοσμο του σύμπαντος! Και είναι ευλογία μου σε όποιον μπορεί να το φτάσει!
E é por isso que eu recrutei cada um de vocês! O equilíbrio da Terra é importante, pois é dela e é nela que toda a crença e toda a fonte de cosmo existe! Só conseguimos nos comunicar com o macrocosmo por que somos humanos! Cada humano é importante para manter o macrocosmo do universo como um todo! Este campo é o lugar onde conseguirão conectar seus cosmos com o macrocosmo do universo! E ele é minha bênção para quem conseguir alcançá-lo!
E então, ela deu um brado mais alto, erguendo sua lança para os céus daquele campo, proferindo:
- Σας διαβεβαιώνω ότι θα δώσω τη θεία αίμα μου, τον ιδρώτα μου και το ιερό οστό μου ολυμπιακών ζωή για να υπερασπιστεί αυτή τη διάσταση και τη Γη! Αλλά χρειάζομαι τον καθένα από εσάς! Δεν θέλω να προστατεύσει αυτή την γη που βασίζονται σε ψευδαισθήσεις ή υποσχέσεις! Δεν θέλω να αγωνιστούμε για μια αιτία που δεν γνωρίζουν! Αγώνας για μένα και μαζί μου! Και δεν θα είναι ποτέ χωρίς την ευλογία μου! Έτσι όρκους ΘΕΑ ΑΘΗΝΑ!
Garanto-vos que vou dar o meu sangue divino, meu suor sacro e minha vida Olímpica para defender esta dimensão e a da Terra! Mas eu preciso de cada um de vocês! Eu não quero que protejam esta terra com base em ilusões ou promessas! Eu não quero que lutem por uma causa que desconhecem! Lutem por mim e comigo! E nunca ficarão sem a minha bênção! Então jura A DEUSA ATHENA!
Naquele momento, tudo cessou. O ar voltou a ser ar, o chão a ser chão. Athena pousou ao solo e sua presença perturbava o ambiente. Era como se o ar a evitasse, era como se a realidade se distorcesse conforme passava por ela. Então, ela ergueu novamente o braço e tudo voltou ao normal. Ela voltou a ter a aparência de uma moça adolescente, que suspirou, concluindo a explicação:
– Deuses são capazes de manipular a realidade ao tangenciá-la, mudando aspectos até então imutáveis. De forma que é por isto que escolhemos corpos humanos para permear nossos poderes e nossas formas. Esta dimensão é criada e mantida através do meu cosmo e portanto, quando me transfiguro com minha armadura, eu manipulo os limites dela, a contraindo e expandindo. Como colocar muita água em um odre pequeno. O mesmo se estica até conter a água, mas tão logo seja aliviado, volta a sua forma original. O mesmo ocorre aqui.
Agatha então volveu seus olhos para todos e enfim disse:
- Algo realmente está acontecendo no mundo lá fora. Eu sinto as energias do mundo mudando. Sinto que o mal se aproxima. E desta vez, eu não vou ficar parada. Peço, então, que me auxiliem nesta empreitada.
Ela sorriu abertamente e abrindo os braços, disse por fim:
- Obrigado a todos os nobres cavaleiros por terem vindo! Por favor, peguem as instruções em suas tags e sigam para o local indicado. Dispensados!
Neste momento, ela foi para junto dos Dourados, que a conduziram solenemente para cima das escadas, sumindo logo da vista dos demais guerreiros. O Grande Mestre sorriu, colocou seu elmo e seguiu a Deusa logo depois. Foi quando todos puderam respirar e uma barulheira sem tamanho vinda de todos os cavaleiros falando ao mesmo tempo começou.
Enquanto alguns explodiam em informações, Sunao verificou sua tag, tocando nela. Uma mensagem surgiu diante dele, escrita no ar, tão límpida quanto o cosmo da Deusa:
- Encontre a Amazona de Áries na fonte do Ágora as 15 horas. Você receberá sua missão lá.
O cavaleiro realmente estava impressionado com tudo aquilo, era algo que nunca tinha sequer imaginado. Como estaria ele se sentindo por dentro naquele momento? Conseguiria ele descrever para si mesmo enquanto rumava para o local de encontro? Afinal, ele levaria algum tempo para chegar, mas com certeza precisava colocar os pensamentos em ordem e talvez duas horas bastassem.
Após a eletrizante reunião, como estariam os ânimos de Bunny? Aquela era a Deusa, em toda a sua plenitude, mostrando a que viera. Como ele se sentia, iria tentar ele retratar aquela cena épica? De qualquer forma, em sua tag havia uma mensagem que surgiu diante dele, escrita no ar, tão límpida quanto o cosmo da Deusa:
- Encontre a Amazona de Áries na fonte do Ágora as 15 horas. Você receberá sua missão lá.
Ele tinha duas horas até aquela hora, então o que ele faria neste meio tempo?
Era a mesma pergunta que se fazia Akakios, que recebera uma mensagem similar em sua tag, pois tão logo a Deusa dissera que tinha uma mensagem, ele a verificara:
- Encontre a Amazona de Áries na fonte do Ágora as 15 horas. Você receberá sua missão lá.
O que ele deveria fazer? Seria sua primeira missão? O que fazer? Como fazer? Eram tantas dúvidas, que provavelmente não o deixariam verificar um farfalhar de asas e um riso que passara perto dele. Espera... Riso?!
Ao mesmo tempo em que os garotos divagavam, Lygia parecia ter sido atingida por um raio. Aquilo tinha sido o que? Qual definição ela daria para aquela cena toda? E essa missão que recebera em duas horas? Ela tinha que ir até a fonte, conforme a mensagem em sua tag dizia:
- Encontre a Amazona de Áries na fonte do Ágora as 15 horas. Você receberá sua missão lá.
Mas ela não tinha outras coisas para fazer? O que era mesmo? Aquilo a deixara confusa, mas de qualquer forma não mais do que uma silhueta que vinha em sua direção. Parecia um grande cachorro, mas era maior do que isso! E pela velocidade que corria, parecia que iria colidir com ela em instantes! De onde aquilo surgira e como a pegara de surpresa daquele jeito? E o que fazer para sair daquela situação?
Então todos estavam nesta lida, Jun sentiu seus joelhos tocarem o chão. Ela entendera de uma vez por todas o que era a palavra extraordinário. Não havia explicação melhor para aquilo. E de qualquer forma, ela também havia sido uma das escolhidas da Deusa para a missão sagrada, pois quando se recuperou ainda que ligeiramente do baque que o cosmo lhe causara, lá estava a mensagem diante de seus olhos:
- Encontre a Amazona de Áries na fonte do Ágora as 15 horas. Você receberá sua missão lá.
Eram duas horas até a missão, mas era uma situação única e diferente. Jun não sabia o que fazer o que sentir, o que estava acontecendo com ela mesma. Talvez precisasse meditar, talvez precisasse de orientação. De qualquer forma, o que quer que ela precisasse, não estava no meio da algazarra de cavaleiros que acontecia naquele momento. Ainda sim, ela viu de relance Akakios olhando de um lado para outro, Bunny e Sunao ligeiramente atordoados e Lygia confusa, olhando a sua volta, tudo isto entre um mar de cabeças e corpos que eventualmente obstruíram sua visão de seus recentes amigos. O que fazer naquela situação? Ficava a pergunta para si mesma.
[E chegamos ao fim de mais um post! Este foi difícil e longo de fazer, espero que gostem crianças. Vamos para a Ordem de Postagem da semana:
Bunny
Lygia
Jun
Akakios
Sunao
E assim vamos fechando. Espero que se divirtam. E como dizia um narrador de uma emissora conhecida de canal aberto: “Eles vão ao encontro dos mais fortes.”]