Alice estava furiosa. Batia contra a pilastra de pedra a tempo suficiente para quase não sentir os nós de seus dedos. A aura ao redor da general era pesada e levaria humanos normais ao provável suicídio, razão pela qual ela se trancara sozinha no salão de seu pilar, o ambiente mais interno de seu templo, e socava as estruturas milenares, que permaneciam inertes diante do poder de sua guardiã.

Era tão difícil assim? Entrar, extrair informação, eliminar o alvo. Não... Era preciso levar mais 250 almas junto com aquela escória.

"- Eles são inocentes!” - ela ouvia o eco de sua própria voz entre um soco e outro.

"- São apenas humanos." - a lembrança da voz que lhe retrucava era tão fria quanto fora no dia anterior

- EU SOU HUMANA! - ela gritou junto com sua recordação, cravando um chute alto na pilastra, que soltou um pouco de poeira em protesto, ou talvez, solidariedade. O pé descalço não pareceu se incomodar com o alvo maciço.

Ao parar para se recompor, Alice colou a testa na pedra fria, e foi então que ouviu. Rudimentar, agressivo, impenetrável. Os dentes dela rangeram. Ela reconheceria aquele som desagradável em qualquer lugar.

Ele tinha a audácia de ir até o território dela?! Alice riu entre dentes, apertando as faixas das mãos. Talvez ele já tivesse tido a merecida punição e lhe obrigaram a pedir desculpas? Sim, seria bom ver aquela cara torcida pela vergonha.

Não... Ele não tinha profundidade emocional para isso. E então, um novo tom se sobrepôs aos demais. Alice podia ter certeza agora que ele agora avançava para dentro de seu templo.

Por trás de toda a pompa e frieza, queimava algo pungente. Ela podia ouvir os estalos, como madeira em brasa. Raiva.

Se ele vinha procurando briga, briga ele iria encontrar.

Ponto de Fusão MbI152d


Ele realmente tinha caminhado ao pilar da amazona. Ele realmente estava ligeiramente nervoso, com raiva. Mas não tinha ido buscar briga.

Ele procurava respostas.

Andrus caminhou com passos lentos e contados até o local de treino improvisado da amazona, sem abaixar sua guarda. A postura do general era sempre assim, alta e fechada, não importasse se estivesse em uma mesa cercada de aliados. O islandês caminhou até a brasileira e a encarou, medindo-a de cima a baixo. Ela de fato acreditava que ele era incapaz de invadir uma instalação e extrair informações, mas o fato é que ele só não se importava em poupar vidas. Ele simplesmente não tinha motivações para isso.

Andrus olhou novamente a amazona e disse então, com seu costumeiro tom de voz maquinal e gélido:

- Afinal... Por que tanta questão de preservar aquelas vidas. Eles não são nosso povo, Alice. Novamente, são apenas humanos...



Alice abaixou o capuz do moletom, olhando para Andrus de cima para baixo.

Ela não conseguia se decidir se era petulância ou burrice.

- Eles são meu povo. - ela respondeu categórica - Humano ou Atlante, não me interessa. Todos podemos viver juntos. E não é você que vai me fazer pensar diferente.



Andrus só a olhou novamente e inspirou o ar. Ele só voltou as costas e começou a se afastar, dizendo:

- Isto pode matar você. Ou pior ainda. Pode matar nossos comandados. Mas você é uma general. Provavelmente sabe o que faz.

E começou a se afastar, deixando a marina para trás.



- Eu posso matar alguém? - Alice ergueu a voz para as costas que se afastavam.

Ela tirou o moletom, pesado do próprio suor, e o arremessou contra Andrus.

O "projétil" cruzou o salão com muito mais velocidade do que um moletom deveria, e atingiria o alvo com um úmido PLAFT.

- Quem foi que causou uma cena naquele navio quando eu disse para tomar cuidado? Quem foi que preferiu me enfrentar a pensar em outra solução para a situação? Você sabe o que faz quando perde o controle, Andrus?

Alice sorriu de esgar, colocando uma mão no quadril.

Ela sabia o efeito que seu cheiro tinha em outros seres vivos, e ela estava treinando naquele moletom havia algumas horas.

Humanos, Atlantes ou feras eles eram todos iguais. e Alice estava determinada a mostrá-lo isso.



A peça voou em direção à Andrus, mas não chegou a atingi-lo. Em vez disso, o moletom se congelou antes mesmo de chegar até o general. O "bloco" de gelo voou e Andrus ainda de costas se desviou dele, fazendo o casaco se espatifar contra a parede.

Ele olhou para trás e disse, novamente com a voz gélida.

- Eu não causei cena alguma. Eu não tinha ordens para poupar vidas. Você apenas está exercendo suas vontades, esquecendo a missão. Missão em primeiro lugar, Alice. É assim que penso.

Ele se voltou para ela, agora de guarda fechada. Esperaria outros ataques, uma vez que o outro tinha vindo.



Alice não desfez a expressão de superioridade conforme assistia a bloco de gelo deslizar sobre o chão.

Então ele pensava.

- Não fez cena? - ela riu - E o que foi aquele xilique sobre atrasos quando eu disse para você pensar durante dois segundos? Você também não tinha ordem para matá-los. - ela retrucou cogitando o que fazer com aquele homem petulante - Por que sua chacina é a missão, mas minha misericórdia é exercer minhas vontades?

Ela observou a guarda fechada e o som do cosmo que começava a se avolumar. Logo logo teriam visitas naquele ritmo.

- Você era quem só estava procurando uma desculpa para fazer o que queria.



Andrus a olhou atentamente. Ele não mudou a expressão, simplesmente moveu a cabeça para o lado. Então ela não compreendia realmente que, se deixassem testemunhas, poderiam condenar Atlântida? Não. É claro que ela não entendia, nem mesmo o básico. Então teria que explicar.

- Alice. Somos atlantes. Se os humanos descobrirem sobre nós, poderiam condenar Atlântida. Se algo sai ao controle, nós temos que agir. E foi o que fiz. Não tenho vontades, não quando o assunto são seres humanos.



- Não somos atlantes. - ela enfatizou. Ele era tão tapado assim? - E, sinceramente, você tem mesmo medo que um mero humano te descubra? - Alice riu, olhando em volta - Você é tão lento assim?


- Estávamos falando de uma embarcação inteira, não de um "mero humano". Além do mais, os humanos já provaram que são mais fortes quando movidos pela ganância. Se quer condenar Atlântida com suas atitudes, por mim tudo bem. Mas não espere que eu faça o mesmo. - Ele mantinha o tom gélido e calmo, mesmo com essa situação ocorrendo.


- Fraco. - Alice cuspiu a palavra - E você sequer pensou em perguntar se havia outra forma.

Ela riu novamente. Agora ela era quem queria briga.

- Só por que tudo o que você sabe fazer é matar, acha que somos todos tão limitados assim?

E ela avançou um passo.

Um passo carregado de cosmo, capaz de colocar um homem normal prostrado e em prantos. Mas para um general, era apenas suficiente para fazê-lo tocar o chão com um joelho.



Andrus avançou também. Seus olhos estavam cheios de água, seus ouvidos e narinas cheias de gelo. O rapaz não tremeu, golpeando a têmpora da general com dois dedos. Para um homem comum, aquilo significava a morte. Para a general dor extrema e cegueira. Ao se engalfinharem, Andrus e Alice sofriam as consequências. Andrus odiava a habilidade daquela vadia. Mas ela iria sentir a dor da dele também.

- Fraca é você, sua incapaz. Lenta, segunda colocada, fracassada. É tão fraca que sequer venceu o teste para a escama. A escama veio para você por falta de general melhor.



Alice sorriu ao ver Andrus caminhar tão graciosamente para dentro da provocação dela.

Ele de fato havia congelado os miolos ao achar que ele poderia acertá-la daquela forma, dentro da casa dela.  

A amazona segurou o golpe com a mão espalmada, sentindo uma pontada no local que quase a fez perder a pose. Em terreno igual, ela teria de estar com a guarda completamente fechada contra ele, e sabia disso.

- Sabe, querido... Se você quer me irritar, vai ter que fazer melhor do que isso. - ela explicou em tom condescendente, fechando a mão em volta dos dedos que haviam acabado de lhe atacar.

As coisas haviam escalado mais rápido do que ela havia calculado.

- Já está na hora de alguém lhe ensinar uma coisa ou duas. Mas eu não estou a fim de lidar com uma plateia hoje. - ela o empurrou para longe, fazendo o impensável; dando as costas ao adversário.

Alice então se encaminhou em direção ao Pilar, que ligava aquele templo a todo o Atlântico Sul, e funcionava como uma porta ao comando de sua mestra.

- Venha aqui. - ela ordenou com autoridade, tocando o pilar e uma potente corrente de água se mostrou através da rocha.

Com a quantidade de cosmo que eles estavam explodindo ali, aquela mulher irritante não tardaria a chegar.



Alice percebeu que não deveria ter segurado os dedos de Andrus. O golpe acertou seu pulso e uma corrente elétrica se deslocou fortemente por todo o corpo dela. O Komma Springa, o ponto de Ruptura, era uma técnica terrível. Ela sentia a tontura tão forte quanto ele sentia a revolta emocional. Andrus a olhou, oblíquo.

- Você quer lutar. Tudo bem. Vou cair na sua provocação.


A torrente de água os levou sem demora até o ponto exato que Alice havia visualizado.

Um improvável banco de areia, com nada mais do que algumas palmeiras resilientes no meio do absoluto nada.

Em todas as direções que se olhasse, nada havia não ser a imensidão azul. E ali ninguém os poderia incomodar, uma vez que a senhora da Atlântico Sul não permitiria nenhuma propagação de cosmo.

- Você é um idiota, mas deve ser capaz de seguir instruções simples. - ela sacudiu os cabelos, fazendo água espirrar ao seu redor, rapidamente desaparecendo na areia branca. Ergueu uma mão, enumerando enquanto falava - Sem escamas; é uma vergonha usar nossas vestes sagradas para lhe dar uma lição. Sem danos permanentes; eu não quero ter que explicar ao Dragão Marinho por que você está cego ou sem um braço. Por fim, sem Big-Bang; eu gosto desse lugar.

Ela abaixou a mão, voltando a apoia-la contra o quadril.

- Seu cérebro de raspadinha consegue processar essa informação? - ela juntou o dedo indicador e polegar, indicando algo pequeno para Andrus.



Andrus não respondeu. Simplesmente cruzou os dedos das duas mãos a frente de seu corpo e Alice sentiu o cosmo se avultando. Sem novamente expressar nada, ele enviou uma rajada gelada de energia.

- Aurora Boreal!

O golpe rugiu em direção da general, cristalizando a areia na direção que passava.



- Vou considerar isso um "sim". - ela retrucou.

Não era tão eficiente quanto a original, mas Alice abriu os dois braços, aglutinando a umidade rapidamente ao gira-los no sentido anti-horário.

- Espelho d'água!
Spoiler :


A técnica de Andrus colidiu contra a massa de água, se dispersando no ambiente numa nuvem de cristais de gelo. Alice foi arrastada alguns centímetros para trás. Mas cravou os calcanhares na areia, inspirando profundamente e contra-atacando com toda a potência do seu Naufrágio.
Spoiler :

Uma onda sonora aguda, capaz de rachar armaduras e desnortear os adversários.



Andrus parecia esperar por isto, pois no instante seguinte, ergueu uma parede de gelo enorme, em forma losangular. O golpe bateu e também se refletiu, vibrando. Lentamente, outros losangos começaram a aparecer.
Spoiler :



Alice engatilhou a segunda parte de Naufrágio, e no segundo seguinte, não estava mais naquele lugar. Ela poderia se mover acima de sua velocidade normal por um curto período de tempo, mas tinha certeza de que Andrus poderia vê-la.

Na verdade, ela contava com isso.

Alice bailou entre os losangos, mantendo-se fora do seu raio. Confirme ela se esquiava dos espelhos, o som das ondas parecia aumentar, e o vento assobiava de forma doce.

Ela parou apenas quando chegou do outro lado da parede de gelo de Andrus, e sussurrou ao seu ouvido, com diversas camadas de cosmo em sua voz;

- Upon one summer's morning
I carefully did stray...

Spoiler :



Andrus golpeou o próprio rosto, e se afastou. Os espelhos continuaram cercando a general e, chorando de raiva e desejo, ele baixou a mão, concretizando a técnica.


Alice viu o movimento dos espelhos que começaram a ser fechar, e precisa pensar logo. Ela era rápida, talvez fosse o suficiente.

Ela fechou os olhos, inspirando profundamente. Quando a primeira estava de gelo e cosmo surgiu, ela cortou o ar zunido. E Alice sabia exatamente onde ela estaria.

Num balé de velocidade sobrenatural, Alice dançava entre as estacas, torcendo o corpo de forma impressionante até para alguém do nível de um general.

Algumas passavam mais perto do que outras, de forma que em pouco tempo, diversos pequenos cortes surgiram no tronco nu de dela, e suas roupas eram reduzidas a um amontoado de rasgos. Sua perna fora transpassada, mas as regiões vitais continuavam à salvo.

Ela ouvia os ecos dos espelhos, e percebia que alguns iam se esgotando mais rapidamente que os outros.

Finalmente, uma das estacas atingira o pulso que Andrus havia acertado primeiro e Alice decidira acabar com aquela brincadeira.

Um grito agudo foi lançado contra o espelho mais fraco, estilhaçando-o, e foi por ele que a general se lançou como um projétil.

Seus pés mal tocavam o chão quando ela atingiu o centro do tronco de Andrus, cravando-o contra a própria parede de gelo que antes havia funcionado de escudo.

- My heart is pierced by Cupid - ela continuou sua canção, pegando um pouco de distância, os cabelos acariciando o rosto de Andrus conforme ela se afastava - I disdain all glittering Gold - ela limpou um corte logo abaixo do olho, lambendo o dedo sujo de sangue, sem desviar os olhos do adversário - There is nothing that can console me - e como misericórdia, Alice desceu a mão de seus lábios por entre os seios, as unhas puxando parte do tecido rasgado, quase mostrando um pouco mais do que o e esperado - But my jolly sailor bold...

E terminou sua estrofe com dois passos para trás, cada um marcado por um ondular lento de quadril.



Andrus então, caiu. Ele abraçou a general e caiu em cima dela, segurando seus pulsos acima da cabeça dela. Ele lambia o rosto e o sangue dela, com muito mais carinho que desejo, cobrindo-a de carícias.


E assim eram os homens.

Humanos, Atlantes... e com certeza Asgardianos seriam iguais.

Alice reconheceu o olhar desfocado de sua presa e se permitiu um risinho de vitória. Quando ele voltasse a si, exigiria que se retratasse, e que a escutasse antes de tomar decisões estúpidas.

Ela relaxou o corpo, suspirando; a verdade é que aquilo fora mais perigoso do que ela havia antecipado. Agora que se via livre daquela gaiola de gelo, percebia que além dos cortes superficiais, algumas estacas a haviam atingido de forma mais séria, o suficiente para colocá-la fora de combate.

Enquanto avaliava a própria situação, um movimento em sua visão periférica a fez erguer a guarda, mas havia sido lenta demais.

Andrus a atingiu em cheio bem em seu centro de gravidade, e os dois foram parar no chão. Ela sentia os braços fortes do juiz em torno de sua cintura esguia, e em poucos segundos, era o peso dele que a impedia de se mover.

Alice ergueu os braços, procurando colocá-los entre os dois, evitando mais algum de seus ataques de ponto de pressão, mas Andrus fechou suas mãos em volta dos pulsos dela, prendendo-a contra o chão.

Ela inspirou, procurando forças para se levantar, mas ao invés disso, um choque correu por suas costas ao sentir os lábios do até então adversário correndo por seu rosto.

Seu segundo choque foi perceber que o peso dele não a incomodava, muito pelo contrário.

E então, ela se lembrou de que o achava insuportável e voltou a fazer uma força que não tinha.

- O que você acha que está fazendo?! - ela protestou, movendo como podia o corpo sob o dele, mas ela havia se ferido muito mais do que pensava.



Andrus não respondeu. Ele passou seus dedos pelo corpo dela, acariciando os pontos sensíveis da moça, enquanto beijava os lóbulos de suas orelhas. Ela sentia a virilidade dele, encostando nela com pressão.


Alice voltou a sentir o mesmo choque, mas ao invés de arrepiar suas costas, ele se concentrou na base de sua coluna.

Abriu a boca para chamá-lo mais uma vez, ofendê-lo ou até mesmo invocar uma técnica, mas ao sentir as mãos dele lhe acariciar o corpo, as palavras morreram em sua garganta e apenas um gemido escapou de seus lábios.

A mão livre correu por reflexo para a nuca dele, os dedos se enrolando com força nos cabelos curtos e arrepiados.

Ao sentir o corpo dele aumentando e pressionando contra o seu, foi como se uma lufada de vento tivesse levantado o perfume de todas as flores do mundo, mas o cheiro inebriante vinha da própria pele e dos cabelos de Alice.

Os mesmos cabelos que Andrus tinha o rosto enterrado ao brincar com os lóbulos das orelhas dela.



Andrus voltou a acariciar o corpo dela e lamber os ferimentos, de modo que ele conseguia fazer os choques de dor prazerosos. Seus lábios buscavam a boca da Siren, mas sua língua e dedos não paravam. Ele queria um beijo, mas queria mais. Seus corpos estavam quentes e ele queria a pressão dele nela.

Andrus desceu o rosto e acariciou os seios com os lábios, respeitando a roupa cortada de Alice, por muito pouco. E seus dedos habilidosos penetravam pelos cortes do tecido acariciando a pele nua, atenuando a dor e dando mais e mais prazer.



Ao ter os dois braços soltos, Alice segurou com força o rosto de Andrus, beijando-o de volta pela primeira vez.

Ela podia sentir as mãos fortes pressionando seu corpo, ora por cima do tecido, ora encontrando caminho até sua pele.

Ao ter os lábios de seu "adversário" firmemente preso nos seus, Alice puxou o tecido da camisa dele, afastando-os por um segundo.

Um segundo de clareza no meio do que ela sabia ser uma loucura. A siren arfava, olhando para o corpo trabalhado pelos anos de treinamento, e com incontáveis cicatrizes de batalha. O que eles dois estavam fazendo mesmo?...

Ok... Ele tinha seus pontos positivos. Ela se deixou admirar o tronco nu de Andrus, enquanto tentava acalmar a respiração, apoiando os cotovelos na areia e um choque completamente diferente cruzou seu corpo.

Pega de guarda baixa, ela realmente estava com dor, e o braço atingido pelo Komma Springa mais cedo cedeu sob o peso do corpo dela.



Andrus sentiu as mãos da Siren o despirem e a auxiliou a tirar suas vestes, expondo os músculos rígidos e torneados. Ele então, susteve a siren quando esta desequilibrou, aproveitando para encaixar o corpo entre as coxas da brasileira, se movendo ritmicamente para cima. A pressão dele estava assustadoramente grande e Andrus se movia, beijando e enterrando seus lábios na sereia. Ele mordiscava os seios, lambia a pele do pescoço, beijava o rosto e a boca dela. Suas habilidosas mãos sustentavam as costas da moça e nesta lida, a depositaram no chão, e voltaram ao seu trabalho, acariciando e tocando os pontos sensíveis. Andrus usou sua habilidade de controle do gelo para além de remover a estaca efetivamente, aplicar uma compressa de gelo com seus dedos treinados. O choque de dor virou um prazer canforado e o rapaz prosseguiu nesta lida.

Mas o pior estava por vir, pelo menos para a sereia.

Ao desprender seu cosmo, Andrus acidentalmente liberara uma nuvem de frio, que por conta do momento e das sensações mexeram ainda mais com a garota. A visão da condenação, habilidade normalmente usada para interrogatório, saía escapando pelo ar, o que deixava a siren mas propensa a falar certas coisas.
Spoiler :



Alice se surpreendeu com a facilidade com que Andrus a carregava com apenas uma mão. Ela não era exatamente pequena...

E ele ainda a deixou numa posição ainda mais... Comprometedora. Alice não estava acostumada a se deixar levar daquela forma. Ela queria voltar ao controle, queria fazer aquele homem se ajoelhar aos seus pés. Mas ao sentir a nova pressão contra seu corpo, juntamente com a retomada dos carinhos, não conseguiu conter um novo gemido, estranhando o som que saia de sua própria boca.

Ao se ver novamente no chão, Andrus aliviou a dor dela, e a sensação fez Alice sorrir por um segundo, até ser engolfada pela aura gelada.

Sua cabeça girou violentamente e a visão entrava e saia de foco. Seus olhos nublaram por um segundo, e seu corpo relaxou dentro do abraço dele.

Ela delineou os músculos do peito dele com a ponta da unha, deslizando delicadamente, passando pelo abdômen e brincando com o cós da calça dele.



Andrus não se deteve nem por um segundo, e continuou a acariciá-la, até que ela brincou com o cós da calça. O general se enrijeceu de tesão e encarou a sereia profundamente. A pressão dele se intensificou e ele gemeu. O primeiro som que soltava. Ele a encarou com os olhos embotados e segurou as laterais do top dela, mexendo os dedos. Parecia pronto para romper o tecido.

- Vou rasgar sua roupa. Quero deixá-la nua. Quero sentir sua pele sem coisa alguma me atrapalhando. Eu posso? Você também quer?

As palavras saíram arfadas, quentes de desejo e o ar começou a esquentar, não sem antes Alice sentir os efeitos da visão da condenação.



A voz de Andrus ecoou distante, mas incrivelmente clara.

No rosto de Alice, um rubor se espalhava por suas bochechas, e ela seria a visão da inocência, não fosse o sorriso libidinoso.

Ela fechou as duas mãos sobre o cós de Andrus, e ao ser questionada, ela o puxou com ainda mais força contra a sua virilha, olhando nos olhos dele. Mesmo desfocados, os olhos azuis de Alice tragavam sua vítima, convidando-o a se afogar neles.

E foi assim que a própria general rasgou a roupa de Andrus ao meio, até ficarem apenas dois pedaços de pano preso em cada coxa.

- O que você acha? - ela desafiou, sem quebrar a ponte de olhar ou desfazer seu sorriso.



Andrus entendeu o recado e com um movimento, ele rasgou a blusa e o que sobrava das calças dela, despindo-a. Ele voltou a lamber o corpo dela e desta vez desceu, de modo que a siren sentiu a língua dele percorrer seu corpo até chegar em sua feminilidade. Ali ele se deteve e ela sentiu a língua dele, tão habilidosa quanto as suas mãos, mas ainda mais quente. Ele arfou e sorveu daquele líquido, como um beduíno que acabava de encontrar um oásis


- E como você aprendeu essas coisas? - Alice deixou escapar suas dúvidas, sem perceber que falava em voz alta.

Ela arqueou o corpo, inspirando fundo, deixando-se sentir a língua de Andrus. Pelo visto, ele não era tão gelado assim.

Do fundo de sua mente, seu orgulho gritou. Não sentia mais dor, e agora poderia "revidar".

Ela agarrou os cabelos da nuca dele, puxando-o para cima. Ao mesmo tempo, calçou um pé abaixo da axila dele, e entre um espasmo e outro, virou o juiz, caindo montada sobre a barriga dele.

Andrus poderia sentir na pele o calor do desejo dela, misturado à sua saliva. Alice deslizou o corpo para baixo, até que suas nádegas encontraram o corpo dele, que mais parecia feito de rocha do que de carne.

Ela deixou escapar um risinho, mordendo o canto do lábio inferior. Ela curvou o corpo sobre o dele, erguendo o quadril para trás, como um gato prestes a dar o bote.

Pressionava o peito dele para baixo com uma das mãos, e fechou os dedos da outra em torno do corpo dele.

Alice mordeu a barriga dele com força suficiente para lhe marcar a pele, logo cobrindo o local de beijos, enquanto sua mão subia e descia, brincando com o corpo de Andrus apertando-o entre os próprios seios. Mas a siren queria mais de sua presa, e logo, a barriga dele já não era mais suficiente para entretê-la.

Alice continuou descendo, até roçar de leve os lábios na ponta de seu mais novo brinquedo.



Andrus moveu o quadril, tentando arrumar a posição para ficar mais à vontade. Ele se permitiu explorar, arfando casualmente. A intensidade então estava ficando maior e os dois em breve teriam contato mais profundo, ou Andrus explodiria em um orgasmo. Ele ouviu a pergunta dela e um fiapo de consciência surgiu, o suficiente para ele responder:

- Todo espião tem que aprender técnicas de sedução. E de prática. Mas eu nunca achei que utilizaria em uma mulher tão espetacular. E nem que sentiria tanto prazer... Ah, Alice... Quero possuir você!

O corpo quente dele pulsava de desejo e ele gemia ao toque, inebriado da sensação.



Ela riu novamente, e o ar que saiu de seus lábios era frio o suficiente para arrepiar uma parte tão sensível dele.

- Técnicas de sedução? - ela repetiu com a respiração entrecortada, os lábios ainda roçando no corpo dele - Que desperdício, juiz! - e ela o engoliu de uma só vez.

Alice devorava o corpo de Andrus com gula. Sua língua subia e descia por toda sua extensão, para então engoli-lo de novo.

Sugava-o como se quisesse arrancar o sabor dele à força, e mantinha as unhas cravadas em sua barriga, como que o desafiando a tentar se levantar.

Alice estava realmente aproveitando enlouquecer Andrus.



O assassino gemeu em excitação e protesto, se contorcendo e pulsando embaixo dela, até que literalmente não aguentou mais. Queria sentir mais daquele cheiro, queria beber mais do mel dela.

Assim sendo, ele recuou o corpo e tirou o intumescimento da boca da moça. Então ele se levantou, agarrou Alice e a ergueu pela cintura e com um movimento rápido, porém delicado. Ainda com a moça suspensa, ele puxou o quadril dela, para que tivesse acesso as partes dela, deixando a moça de bruços sobre sua barriga e voltando a lambê-la nas partes sensíveis, mas deixando o rosto dela ainda próximo de sua região de prazer.



Alice protestou ao ser puxada, mas ao sentir a língua de Andrus mais uma vez dentro de si, seus protestos se converteram rapidamente em gemidos.

Ela voltou a tomá-lo em sua boca, segurando-o firmemente com uma das mãos. Mas Alice também tinha que manter o próprio equilíbrio, e a cada espasmo provocado por Andrus, ela sentia a força abandonar suas pernas e seus braços.

Até o momento que ela não resistiu, arqueando as costas e cravando as unhas nas coxas dele.

- Che... chega! - ela chorou, torcendo o corpo para longe da boca dele, tentando recuperar as forças.



Andrus soltou um leve suspiro e sorriu. Ele permitiu que ela se afastasse e a pegou novamente, desta vez, encaixando os quadris de ambos no mesmo nível. Ela sentiu a força das mãos de aço dele. Ele segurou o quadril dela, girou uma última vez e Alice sentiu o choque. Algo quente e prazeroso fizera contato. Ainda com as mãos presas, o islandês virou a brasileira na areia e deslizou para sua gruta, movendo os quadris enquanto novamente a depositava no solo.

- Aaah! Eu concordo! É muuuuuuito... - Ele arfou, gemendo forte. - É muito desperdício, como.. Como você disse... Ahg...  Isso é tão bom...

Uma vez preso nela, Andrus subiu o quadril dela e as costas da moça, a erguendo em seu colo e voltou a se mover, fazendo como se a amazona sereia estivesse cavalgando o mais feroz dos hipocampos.



Quando sentiu Andrus dentro de si, Alice deixou a cabeça pender para trás, gemendo alto.

Ela sentiu seu corpo ser erguido, e logo Andrus se movia de forma muito interessante.

Alice abraçou o pescoço dele, cravando os pés na areia, forçando Andrus a se inclinar para trás.

Em pouco tempo, era ela quem cavalgava sobre o Kraken, impondo um ritmo próprio.

E se havia algo que Alice entendia, era de ritmo.



- AAAH! - Andrus suspirou e gemeu, arfando e segurando o quadril dela. Ele enterrou o rosto nos seios dela, sugando-os com vontade. Suas mãos a mantinham firme, deixando-a cavalgar como queria, apenas a sustentando. Ele suspirava e se mexia, como se tentasse ir mais profundamente do que estava.


Alice gemeu, acariciando a nuca de Andrus, apertando seu rosto contra seu seio.

Ela agora queria mostrar a ele as estrelas e o fundo do mar ao mesmo tempo.

Alice queria gravar em Andrus uma memória feita à fogo, obrigando-o a lembrar dela toda vez que ele tivesse que usar de suas técnicas de sedução com outra. Mas para isso, ele precisava de uma mente clara.

Em meio à sua cavalgada, ela inspirou profundamente juntando as migalhas de sanidade em seu corpo, domando seu cosmo, extinguindo qualquer influência sobrenatural que pudesse aplicar nele, e de repente, a Rainha do Mar era apenas uma mulher.



Andrus se moveu, segurando os quadris dela e atingiu o orgasmo, curvando o corpo para trás. Ao mesmo tempo, ele a encarou nos olhos, se movendo para que a general também obtivesse seu êxtase junto com ele. A sensação estava tão boa que ele desejava sentir o mesmo que ela, chegar ao auge junto com Alice.


Algo inesperado veio de abaixar seu cosmo.

Juntamente com seu controle sobre Andrus, seu próprio controle abandonou seu corpo. Quando ele começou a se mover, afundando os dedos em seu quadril, Alice sentiu toda a força deixar suas pernas.

Ela pode sentir Andrus pulsar dentro de si, e aquela última estocada a fez cravar as unhas nos ombros dele, conforme o êxtase nublava sua visão, e ela realmente temia cair de cima de sua montaria, caso soltasse aqueles ombros.

Tremendo e arfando, ela pegou aqueles olhos frios a encarando. Ela corou furiosamente, mas sustentou o olhar, e qual não foi sua surpresa ao ver algo a mais do que a costumeira geleira a lhe encarar.



Andrus a deitou no solo e a olhou com ternura. Eles sentiam os espasmos de prazer naquele momento e a expressão dele suavizou.

Mas durou pouco.

Ele não foi brusco. Nem agressivo tampouco. Ele simplesmente deitou-a-a no chão, deslizou para fora dela e estendeu o casaco dele que jazia no chão para que ela se vestisse. Tudo isto sem dizer nada.



Alice olhou para a peça de roupa estendida para ela, aceitando-a sem se preocupar o quantas vezes maior do que ela aquele casaco era.

Pensou em se levantar mas a força ainda não havia voltado para as pernas.

Um silêncio constrangedor ameaçou se instalar, interrompido apenas pelo quebrar ocasional das ondas.



- O que... - Andrus começou. Ele não sabia como continuar. - Não era... Era? Era para ter acontecido isto?

Ele a olhou e ela via confusão genuína. Ele não parecia frio. Parecia atortoado.



- Não, não era. - Alice falou com muito mais naturalidade do que sentia, como se observasse um fenômeno meteorológico.

Ela inspirou fundo e se levantou, batendo a areia do corpo, se cobrindo com o casaco, apesar de não ver muito bem um ponto nisso.

Ao olhar para um Andrus nu em sua frente, ela resolveu observar os coqueiros. Talvez ele tivesse um ponto em querer cobri-la, uma vez que ela começava a desejar fazer o mesmo com ele.

- Para falar a verdade, ninguém nunca reagiu assim. Geralmente vocês apenas "pifam" e ficam vegetando olhando para mim, sem saber o que fazer. - ela deu de ombros, mas começava a sentir as bochechas esquentarem - Você não realmente acha que "isso" faz parte da minha técnica, não é?



Andrus se ergueu e pegou os restos de suas roupas, atando-as ao corpo, para no mínimo manter a pouca dignidade que lhe restava. Ele se ergueu, caminhando até as costas da sereia.

- Sua habilidade não faz isso. Fez isso comigo. Tenho ciência disso. Mas não acho que eu tenha forçado você, não é?

Ele olhava as costas dela, encarando o vinco do couro. Não sabia mais o que dizer, esperava uma resposta para agir.



Alice girou os olhos. Quem ele achava que era?

Ela tirou sobre os calcanhares, o casaco aberto quase mostrando o corpo que Andrus acabara de conhecer.

Ela voltou a apoiar uma mão sobre o quadril, apontando para as roupas dele com o dedo indicador da outra mão.

- O estado das suas roupas fazem parecer que alguém me forçou a fazer algo? - ela observou o ambiente, mais - Por favor, Juiz... Como se um homem pudesse me forçar a qualquer coisa...



Ele caminhou até ela e fechou o caso, escondendo todo o conteúdo voluptuoso do quadril e dos seios dela. Novamente, com carinho e delicadeza. Ele beijou atrás das orelhas dela com carinho.

- Por um instante fiquei preocupado de tê-la forçado.

Ele balançou a cabeça. E então disse:

- É uma bela ilha. Gosta daqui?



De toda a coletânea de eventos inusitados, aquele estava sendo o mais chocante. Era quase como se eles estivessem tendo uma conversa normal...

Alice olhou em volta, mais para desviar o rosto do peito à mista de Andrus do que para analisar o ambiente.

- Sim; é calmo. - ela respondeu quase que divagando. Até ela apreciava um pouco de paz de vez em quando - Isso é... Quando não há dois generais tentando se matar.

E ela riu. Percebeu então que a raiva acumulada havia quase desaparecido. Quem diria...?



Andrus abraçou Alice pelas costas e repousou o queixo no ombro da marina. E então disse:

- E quem venceu nossa disputa? E quem provou o ponto ao outro?

Ela não viu, mas ouviu um ar pelo nariz. Ele tinha... Rido?



Alice se afastou um pouco, chocada, descolando as costas do peito de Andrus, olhando para ele por sobre o ombro. Ele tinha tido algum dano permanente no cérebro? As calotas árticas haviam acabado de derreter? Ou talvez os oceanos estivessem prestes a secar? Era o fim do mundo?...

Ela riu do próprio exagero. Afinal... Eles eram todos iguais.

- E você precisa perguntar? - ela girou dentro daquele abraço, ficando de frente para ele - Atlantes... - ela tocou a cabeça dele, afastando o cabelo de seus olhos - ou humanos... - ela pousou a outra mão sobre o próprio peito - você ainda acha que não somos iguais?



Andrus não respondeu. Alice provara seu ponto, mas ao mesmo tempo, não entendera o dele. Era esperado, visto que poucas pessoas teriam visto o que ele vira. O rapaz simplesmente susteve o abraço na amazona, para algum tempo depois, questionar:

- E como vamos sair daqui sem nossas roupas?



Alice deu um passo para trás, saindo de dentro do abraço, mas entrelaçando seus dedos nos de Andrus.

Ela se virou para ele, com um sorriso perigosamente inocente no rosto.

- Como assim? - a retórica transbordava das duas inocentes palavras.



- Ah... Ótimo. - Andrus não disse mais nada. Ele apenas observou a moça falar, sem soltar a mão dela. Já imaginaria o que vinha pela frente.


Alice ainda mantinha o sorrisinho quando um cometa de luz irrompeu da água, chocando-se contra ela.

Mesmo segurando sua mão, Andrus não sentiu nenhum impacto.

Diante dele, Alice estava vestindo sua escama e ainda sorria.

- Mando de campo tem suas vantagens. - ela invocou a regra do futebol, sem se preocupar se ele entenderia ou não.

Atrás dela, a pequena baia da ilha começava a se agitar num redemoinho familiar.



Andrus simplesmente se soltou dele e, atando as calças mais próximas da cintura, ele saltou na água, nadando. Ele parecia disposto a nadar até os seus mares, como se aquilo não fosse mais do que um contratempo.


Quando o islandês pulou na água, Alice podia ouvir o familiar “nada” em seu cosmo, fazendo-a curvar o corpo sobre a barriga de tanto rir.

Satisfeita, ela pulou dentro do redemoinho que a levaria para o conforto de seu templo.

Agora sim, a raiva havia passado.